O almoxarifado, armazém ou depósito, não importa qual a denominação que se de, está diretamente ligado à embalagem dos produtos, sua movimentação, transporte interno e, por conseqüência aos equipamentos de movimentação. Não há como separar esta cadeia.
A influência de um sobre o outro nos sistemas de armazenagem pode ser observada em todas as frentes em um processo industrial. Um método adequado para estocar matéria prima, produtos em processo e produtos acabados permite diminuir os custos de operação, melhorar a qualidade dos produtos e acelerar o ritmo dos trabalhos. Além disso, provoca redução nos acidentes de trabalho, redução no desgaste dos equipamentos de movimentação e menor número de problemas administrativos. A importância desses fatores cresce, pela valorização da mão de obra e acirramento da concorrência nos diferentes setores. Nesse sentido, mede-se um processo produtivo pelo grau de mecanização de suas diversas unidades, incluindo armazenagem e movimentação de material. O capital imobilizado nesses equipamentos, pode ser recuperado a curto prazo pelo melhor aproveitamento da mão de obra e por ganho de produtividade. No entanto são os ganhos de produtividade que determinam as possibilidades reais de melhoria. São eles que servem como base para a escolha do sistema de armazenagem de cargas e da operação do almoxarifado.
A eficiência de um sistema para armazenagem e o capital necessário dependem da escolha adequada do sistema. Não há, para isso, uma fórmula pré-fabricada: o sistema de movimentação deve ser adaptado às condições específicas da armazenagem do produto e da organização. O desenvolvimento futuro, por exemplo, é um fator que muitas vezes torna proibitivo o uso de certos métodos atualmente aplicados com sucesso. Da escolha de um equipamento resultam, às vezes, despesas levadas de operação, manutenção, reparos etc.
Os problemas e as características de um sistema de almoxarifado estão relacionados com a natureza do material a ser movimentado e armazenado.
As características físicas e químicas do material desempenham um papel muito importante na escolha dos métodos para manuseio e estocagem. Por exemplo:
• Gases: devem ser manipulados, de forma cuidadosa, em contenedores adequados e resistentes à pressão;
• Líquidos: são contidos e transportados em sistemas compatíveis com sua utilização mais econômica;
• Sólidos: são manuseados de maneiras diversas, dependendo do tipo de produção e das vantagens e inconvenientes dos sistemas tradicionais.
Outros fatores, também de vital importância na escolha do método para estocagem são variáveis como intempéries (calor, luz solar e umidade), que podem ser resolvidos com a instalação de equipamentos de controle (ar condicionado e desumidificador, por exemplo).
A quantidade de material a ser movimentada e armazenada é outra variável a ser considerada nos estudos de movimentação e armazenagem, já que dependendo do seu tamanho irá se dimensionar a área de armazenagem, tipo de equipamento a ser utilizado e até a mão de obra ser utilizada. Tudo isto, obviamente, incide em custo.
Podemos então afirmar que um correto sistema de armazenagem influi no melhor aproveitamento da matéria prima e dos meios de movimentação. Além de evitar a perda por produtos por efeito de batidas e impactos, reduz-se as perdas de material no manuseio e impede outros extravios. A economia nos custos de material reflete proporcionalmente sobre os produtos acabados ou semi-processados.
Outras vantagens da utilização de um método adequado para a estocagem de cargas não podem ser expressas em termos objetivos. Por exemplo: a economia de área úteis facilita e incentiva planos de expansão ou a montagem de uma linha de novos produtos. Os tipos de produção em serie, por processo e encomenda, tem relação direta com o equipamento para a movimentação de cargas e armazenagem.
A produção em séria exige um processo contínuo e adequado ao tipo de produtos e volumes manipulados.
A produção por processo admite equipamentos de operação intermitente que manipulem cargas unitárias.
A fabricação de produtos por encomenda é mais complexa. A diversificação exagerada da produção e o ritmo irregular da operação podem gerar situações altamente ociosas e onerosas.
Localização de materiais e Princípios de estocagem
O objetivo de um sistema de localização deve ser o de estabelecer os princípios necessários à localização dos materiais estocados sob a responsabilidade do almoxarifado. Deverá ser utilizada uma simbologia (codificação), normalmente alfa numérica, representativa de cada local de estocagem, abrangendo até o menor espaço de uma unidade de estocagem.
Cada conjunto de códigos, apresentado sob a forma alfa numérica, deve indicar, precisamente, o posicionamento de cada material estocado, facilitando as operações de movimentação, inventário etc.
O chefe do almoxarifado deverá ser o responsável pela manutenção do sistema de localização e para isso deverá possuir um esquema, que defina detalhadamente a posição e a situação dos espaços das respectivas áreas de estocagem,
Em princípios de estocagem, podemos começar falando de UNITIZAÇÃO. Unitização é a formação de blocos agregando embalagens de transporte para facilitar o manuseio. Esta forma caracteriza-se pela utilização de bastante material com grandes quantidades e tem como objetivo aumentar a produtividade.
No processo de unitização ou formação de blocos, o principal material é o palete (podendo ser de madeira, plástico ou metal), sobre o qual são depositados os materiais ou produtos em forma de blocos. A fabricação dos paletes é normalizada conforma norma ABNT NBR-8252 e NBR-8334.
Os blocos devem ser criados e montados de forma a fazer uma amarração, dando mais segurança ao bloco e evitando-se tombamento das caixas.
O sistema de formação de blocos sobre os paletes é popularmente conhecido como ¨paletização¨ e vem sendo cada vem mais utilizada pelas empresas pois, com o uso de empilhadeiras, é possível se obter uma economia de até 80% do capital gasto com sistema de transporte interno.
Outros sistemas de estocagem conhecidos são:
• Sistema de estocagem fixa: neste sistema é determinado um número de áreas de estocagem para um determinado tipo de material, ficando definido que somente materiais de um determinado tipo podem ser estocados nas áreas demarcadas;
• Sistema de estocagem livre: neste sistema não existe local fixo de armazenagem, a não ser para materiais considerados especiais.
Classificação e codificação de materiais
O objetivo de classificar e codificar os materiais a serem estocados são simplificar, normalizar, padronizar a identificação dos materiais estocados, facilitando controles e inventários. É sempre bom lembrar que controles mais eficiente significam processos mais efetivos, maior produtividade (menos paradas de produção), maior acuracidade e consequentemente, custos mais enxutos.
Na elaboração de um estudo de sistema de estocagem, manuseio e transporte, alguns fatores são muito importantes e devem ser considerados, tais como:
• Tipo de produto
• Características principais
• Forma de apresentação
• Peso
• Resistência
• Tipo de embalagem a ser utilizada
• Tipo de palete a ser utilizado
• Necessidade de manutenção do palete
• Tipo de equipamentos de movimentação a ser utilizados
• Se empilhadeira, tamanho do garfo
• Tipo de construção do almoxarifado
• Tipo de construção das prateleiras
• Capacidade de empilhamento
etc etc etc